Editorial 14

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Saneamento básico, agora vai?

Temos defendido a idéia que para acabar com o desemprego no Brasil são necessárias poucas ações, muita vontade política e que oposições partidárias ou organismos externos não atrapalhem. O Presidente Lula prometeu em campanha que geraria 10 milhões de empregos, se eleito. Poucos acreditaram por não vislumbrar de onde sairiam novas possibilidades. Não sejamos ingênuos a ponto de crer piamente na palavra de candidato a cargo eletivo, seja ele qual for, todavia não nos limitemos a ser contra sem uma análise do tema. O incentivo à construção civil e ao saneamento básico é capaz não só de gerar novas oportunidades de trabalho como pode melhorar as condições de vida da população. Por estes dois caminhos é possível saldar promessas de campanha. É uma questão de vontade política e de cumprimento da palavra empenhada.

Construção civil - A abertura de financiamentos para a construção civil cria milhares de novos empregos diretos e indiretos, reduz o déficit habitacional, ativa o setor de materiais de construção e incrementa a indústria como um todo. Inicia pelas laminadoras de ferro e vai até o fabricante de, por exemplo, janelas metálicas. Passa também pelos materiais cerâmicos, pela indústria metal-mecânica que fabrica medidores de luz e água, pelos produtores de tubulações e tantos outros. É a intensificação geral dos setores produtivos e de toda a economia. Inegavelmente, o fornecimento de recursos à construção civil é altamente positivo para o país, restando saber onde buscar o dinheiro. Não é tarefa impossível, pois um país que pôde financiar os bancos com o Proer e foi capaz de fornecer dinheiro do BNDES aos setores elétrico e telefônico para a privatização dos mesmos, certamente pode destinar alguns recursos à construção civil que, se saliente, é inteiramente nacional. De quebra, resolve outro grave problema: o da habitação. Com o anúncio da liberação de R$ 3,1 bilhões para o setor habitacional, em março de 2003, o Governo gerou excelentes expectativas, mas até o momento nada está concretizado.

Saneamento básico – Este setor, que também mexe com boa parcela da engrenagem produtiva, aquece a economia e gera empregos se a ele forem destinados recursos para ampliação de redes de água e esgoto, construção e manutenção de estações de tratamento - especialmente de esgotos - e para aplicação no campo institucional. Aqui, no institucional, está o item mais importante a ser atacado, pois com pessoal treinado e com capacidades gerencial e operacional, o saneamento pode viver e investir utilizando recursos vindos das próprias tarifas. Há que treinar e fiscalizar o pessoal envolvido, pois sérias são as dificuldades quando se depara com dirigentes mal intencionados, administradores despreparados, incapacidade técnica e paternalismo político. Uma gestão eficiente exige capacitação e qualidade. Como conseqüência, uma boa qualificação gerencial possibilita que da própria tarifa  venham os recursos financeiros para os investimentos necessários. É como ensinar a pescar e não apenas dar o peixe. Enfim, um programa de ajuda ao saneamento básico pode gerar empregos temporários  rapidamente, se for adotada a política de imediata execução de obras, e pode se tornar um constante gerador de empregos se for implementado em paralelo um programa de treinamento na busca da eficiência gerencial. Agora, em maio de 2003, o Governo Federal anuncia mais uma vez que vai liberar R$ 1,9 bilhões para o setor.

Que o programa se concretize de fato e que estes recursos sejam bem empregados e, principalmente, bem fiscalizados.

Destinar dinheiro do FGTS à construção civil e ao saneamento básico – para isso ele foi criado - é geração automática de empregos, aquecimento da economia e crescimento do país. - :14-24052003:

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