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Saúde e Saneamento

Crianças com mais de cinco anos morrem com doenças relacionadas à falta de saneamento básico, entre elas a cólera, a dengue e a esquistossomose. De 1995 a 1997 foram 342 mortes infantis. De acordo com estudos do BNDES, para cada quatro reais investidos no tratamento de água e esgoto, dez seriam economizados na rede hospitalar.

Enquanto isso, o Piauí, o Estado brasileiro que tem a mais precária rede de esgotos do país, segundo o IBGE, não recebeu neste ano um centavo de recursos a fundo perdido para obras de saneamento básico. Somente 7% das residências daquele Estado possuem rede de esgoto – em São Paulo são 87,1%. Para o presidente da Agespisa – Cia. de Água e Esgotos do Piauí, Carlos Bryner, "o governo prefere gastar dinheiro com hospitais e remédios do que tratar água e esgoto".

Ainda naquele Estado, a taxa de mortalidade infantil é de 50,46 mortes para cada mil crianças nascidas vivas, ficando 15 pontos acima da média nacional que é 35,3, estimada pelo IBGE para este ano.

Analisando alguns municípios do país, pode-se verificar que a política implantada para o saneamento básico está longe do ideal. Crivado de conotações políticas e sem a participação efetiva de um gestor maior que implante diretrizes e programas eficientes, o setor segue a passos lentos rumo ao caos. Fala-se apenas em política de privatizações enquanto se deveria procurar meios para ensinar e obrigar os governantes a fazerem a coisa certa. Como? Erradicando a politicagem e profissionalizando o saneamento com ações maiores como o treinamento de profissionais e a liberação de recursos com fiscalização efetiva, obrigando o tomador a aplicar de fato no saneamento. Sem desvios.

Existem exemplos de boa gestão governamental. Basta ver que cidades como Porto Alegre, Caxias do Sul, Curitiba, São Paulo, Araras e tantas outras apresentam excelentes indicadores de desempenho no segmento de água e esgoto.

Ao que parece, estamos e continuamos diante de um quadro onde o governo federal que já sucateou a saúde, achincalhou o aposentado e massacra o trabalhador, tem como objetivo maior acabar também com o saneamento básico.

Quem sabe o objetivo final seja mesmo gastar dinheiro com hospitais e remédios! - 2-27.06.2000

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