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Obsolescência Poluente

A obsolescência programada impera deste os tempos da Revolução Industrial. Em síntese, a obsolescência programada consiste no fato de a indústria produzir bens de consumo com vida útil mais curta do que seria tecnicamente possível. O produto é fabricado para durar menos horas, dias ou anos e perder qualidade de tal forma que se torna totalmente ineficiente, exigindo sua substituição por outro revitalizado pelas características próprias do que é novo: vigor e eficiência. Assim, uma lâmpada que pode durar 5.000 horas ou mais é fabricada para durar apenas 1.200 ou menos, inutilizando-se em curto espaço de tempo. Tudo para aumentar o faturamento - quanto maior melhor - e em prejuízo do bolso do usuário e da degradação do meio-ambiente.

O consumidor é forçado a comprar um novo produto. Se não o fizesse de forma tão rápida, reduziria a utilização de matérias primas e conseqüentemente preservaria suas fontes. Quando se fala de pilhas, baterias, materiais plásticos, enfim, de elementos poluidores do meio-ambiente que poderiam ter vida útil mais longa, fica a indignação ao saber que em nome do lucro fácil é sacrificado o planeta.

A adição de substâncias tóxicas, como o mercúrio, nos lençóis freáticos e nos mananciais superficiais poderá tornar inutilizáveis as águas que deles hoje retiramos. A pulverização de gases na atmosfera que geram os famosos buracos na camada de ozônio, tem causado preocupações como o câncer de pele e problemas de visão. A continuar neste ritmo, não será mais possível andar desabrigado ao sol, sob pena de contrair severas doenças e não teremos mananciais para buscar a água tão necessária e indispensável, o mais importante elemento natural para o ser humano. Vale lembrar: água é vida!

Os altos lucros gerados  pela ganância financeira estão prejudicando não só as comunidades pobres e ricas, mas destroem o planeta. É possível que as gerações presentes não sofram deste mal, no entanto é certo que um dia faltará água ou, se ela continuar disponível, estará poluída e imprópria para consumo. Também o solo poderá estar contaminado por substâncias tóxicas como o mercúrio que, se atingir os lençóis freáticos decretará a morte dos mananciais subterrâneos. O mercúrio é elemento largamente empregado em baterias, especialmente para os telefones celulares e, se o descarte deste produto não for controlado, é previsível o dano que poderá causar a nós ou às gerações futuras.

Ainda há tempo para o alerta. Entretanto é preciso que a indústria poluidora se conscientize, seja mais humana e não enxergue apenas o que está aquém do nariz. É um dever seu cuidar do meio-ambiente,  ter consciência ecológica e, sobretudo, eliminar a maléfica obsolescência programada. - 9.09.10.2001

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