Existe quem faça chover

Durante a forte estiagem que tem acometido São Paulo nos últimos meses, os profissionais do saneamento básico procuram diminuir o problema com o bombardeio de nuvens, para gerar chuvas. Ou seja, existe gente que faz chover!

A tecnologia adotada pela Sabesp (Cia. de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) foi inventada pelo engenheiro Takeshi Imai. Sua técnica foi aplicada nesta semana para provocar precipitações pluviométricas sobre o sistema Cantareira, de onde são abastecidas 9 milhões de pessoas.

Takeshi explica que uma nuvem é formada por gotinhas minúsculas de água que, de tão pequenas, flutuam na atmosfera. Sozinhas, elas não caem. Então, para fazer chover, é preciso provocar artificialmente a queda dessas gotículas.

Um avião abastecido com água suficiente, passa no meio de uma nuvem e borrifa algumas gotas. Essas gotas sobem devido ao ar quente que fica no interior da nuvem e, por ser mais leve que o ar frio, tende a subir. No percurso, as gotas borrifadas passam pelas gotículas minúsculas que flutuam e todas vão se juntando. Formam-se gotas grandes de mais ou menos 4 milímetros. É necessário que se juntem de 1 milhão a 10 milhões de gotículas para formar uma gota grande.

Como se torna bem mais pesada, a gota grande cai. Na decida, vão se agrupando ainda mais gotículas. Está formada a chuva.

O engenheiro explica que as nuvens para o bombardeio são os "Cumulus Congestus", parecidos com uma couve-flor. "Elas têm muitas gotículas em suspensão que não são grandes o suficiente para caírem sozinhas." As nuvens de chuva comum são os "Cumulus Nimbus", grandes e cheias de calombos.

Aspergindo 1 litro de água, o engenheiro consegue precipitar até 450 m³ de chuva. Um avião pode borrifar 20 litros por minuto, ou seja, precipitar em apenas 60 segundos, 9 mil metros cúbicos de água. É o suficiente para abastecer 75 mil pessoas durante um dia.