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Publicada em 27/05/2005

Manifestantes ocupam rodovia e fazem protestos contra crimes ambientais

Teve início ontem o Acampamento da Solidariedade, organizado pelo Comitê de Solidariedade às Vítimas de Áreas Contaminadas, em defesa das pessoas prejudicadas pelo Aterro Mantovani. Ali, há 31 anos, estão enterradas mais de 500 mil toneladas de lixo despejados por 63 indústrias.

O acampamento foi instalado nas margens da SP 340 (Mogi Mirim–Campinas), no quilômetro 147, onde se localiza a via de acesso à área contaminada. O aterro está no Bairro Pirapitingui, município de Santo Antonio de Posse, SP.

Polícia tenta impedir - Alegando cumprimento de ordem judicial obtida por liminar pela Renovias, concessionária privada que opera a rodovia, viaturas policiais patrulharam o local com o objetivo de impedir o acesso de manifestantes.

Na manhã de ontem, a Polícia Rodoviária Federal apreendeu um caminhão que trazia lona circense a ser armada no local e, em Águas da Prata, um ônibus que transportava cerca de 50 manifestantes, vindos da região do sul de Minas Gerais, também foi detido.

Procissão - Moradores vizinhos da área contaminada iniciaram as atividades do Acampamento Solidariedade às 15 horas, realizando a procissão de Corpus Christie. Caminharam aproximadamente 3 quilômetros, do aterro até a rodovia. De mãos dadas fizeram orações e pediram justiça.

Uma cruz de madeira, com o slogan "O povo clama por justiça", serviu de abre-alas e simbolizou o ato de fé "de quem luta pelo fim da impunidade das indústrias que contaminam nosso solo e nossas águas, colocando em risco a saúde pública de uma região onde mais de 500 mil pessoas se abastecem", declarou Cleide Setin, represen-tante dos moradores.

Após a liberação da carreta pela polícia, foi aberto oficialmente o programa de atividades do acampamento com apresentações de duplas sertanejas da região.

Assembléias diárias - Por deliberação dos manifestantes, todas as tardes a partir das 15 horas, serão realizadas concentrações, debates e palestras. O evento é pacífico e não há riscos de radicalização, segundo informam as lideranças.

Conquistas - O anúncio de que a Assembléia Legislativa irá instalar, nos próximos dias, a CPI das áreas contaminadas e de que o Caso Mantovani terá prioridade nas investigações foi a principal razão para que os manifestantes suspendessem as paralisações da rodovia, programadas pelo movimento.

Segundo José Luiz Vieira Muller, do Comitê, o próximo objetivo  é acelerar a coleta de assinaturas do abaixo-assinado que exige  a retirada dos resíduos depositados no Aterro Mantovani. "A partir de agora estaremos divulgando os nomes de cada uma das empresas criminosas, inclusive para que seus diretores e acionistas sejam convocados a depor e sejam punidos pelo crime que cometeram em Santo Antônio de Posse”, declarou Muller.

Em www.defensoriadaagua.org.br são encontrados detalhes do Caso Mantovani.

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