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Publicada em 27/04/2007

Hidrelétricas do Rio Madeira causam polêmica

A construção de duas usinas hidrelétricas no Rio Madeira, em Rondônia, está provocando discussões entre técnicos especializados no assunto. Questões políticas também estão envolvidas e interesses político-econômicos suscitam comentários de que a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, poderia ser substituída em razão de sua negativa ao projeto.

O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) diz que há falhas no projeto e estudos complementares são necessários. De acordo com o instituto, acúmulo de sedimentos vindos da Cordilheira dos Andes poderiam provocar transbordamentos e inundações. Os grandes peixes também estariam ameaçados, devido a incapacidade de transpor correntezas e barreiras físicas, o que traria problemas à reprodução de algumas espécies.

A idéia é construir a Usina Hidrelétrica de Santo Antônio e a Usina Hidrelétrica de Jirau, ambas a montante (em direção à nascente) de Porto Velho. Juntas, as duas geradoras produzirão 7.480 MW, eletricidade necessária para suprir o abastecimento da região e evitar provável crise energética a partir de 2013.

Enquanto a ministra do Meio Ambiente se posiciona contrária à construção das usinas do Madeira, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau - defendendo o projeto - afirma que as alternativas seriam construir termelétricas, o que causaria maiores prejuízos.

A Construtora Norberto Odebrecht S/A, que fez os estudos ambientais em conjunto com Furnas Centrais Elétricas S/A, diz que o impasse é resultado da inexperiência dos técnicos do IBAMA. Sérgio França Leão, diretor de meio ambiente da empreiteira afirma: "Houve excesso de cautela. Isso precisa ser revisto de uma forma mais experiente. Os técnicos que analisaram são muito jovens. Há pareceres de especialistas muito mais experientes que descartam os riscos apontados por eles".

O projeto - O Complexo Rio Madeira, como é chamado o projeto completo, tem influência no Brasil, Bolívia e Peru, envolvendo os setores hidroviário e energético. O custo total é estimado em US$ 5,5 bilhões e prevê a transposição de obstáculos com a utilização de eclusas e a geração de eletricidade. Estão previstas a Usina Hidrelétrica de Jirau com capacidade para 3.900 MV e a Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, com produção de 3.580 MW, ambas em águas brasileiras. Além das duas, estuda-se uma terceira usina de utilização binacional com capacidade para 3.000 MW.

O projeto permitirá a navegabilidade entre o Brasil, Bolívia e Peru em mais 4.225 km do Rio Madeira.

No Brasil, será possível a interligação elétrica entre os estados de Rondônia, Acre e Mato Grosso.

Os projetistas estimam que o complexo, quando implantado, vá gerar riquezas para os três países em torno de US$ 8,0 bilhões por ano. A recuperação do investimento se dará pela cobrança de tarifa de energia elétrica e pelo pedágio cobrado dos usuários da via navegável.

Alternativas de geração - Energia elétrica pode ser gerada de diversas formas. Economicamente, hoje é possível dispor dr energia nuclear que provém da divisão do núcleo de um átomo (fissão) ou da união de dois núcleos (fusão). É considerada uma das formas mais limpas de energia por não poluir o meio ambiente. Energia eólica é gerada por meio do vento. Não polui, é barata, mas é insegura por depender da ocorrência ou não de ventos. Hidrelétrica produz eletricidade a partir de uma queda de água usada para movimentar turbinas. É barata e não agride o meio ambiente durante o processo produtivo. Sua instalação, no entanto, pode provocar alagamentos em áreas vizinhas, interferindo na fauna e na flora. A energia solar é gerada pela transformação de luz natural em eletricidade. Pode ser implantada em qualquer lugar remoto por não precisar de linhas de transmissão, mas tem custo elevado e aplicação limitada. Termelétrica produz energia a partir da queima de combustíveis fósseis, o carvão mineral. A energia térmica obtida (vapor de água) é transformada em energia elétrica. Termelétrica é poluente e utiliza combustível não renovável.  Biomassa é processo semelhante à termelétrica, substituindo-se o carvão mineral por combustíveis de origem vegetal renováveis, como o bagaço de cana e a lenha. Suas desvantagens são a possível destruição de matas nativas e prováveis danos ambientais decorrentes da monocultura e da poluição.

Fontes: BNDES e Folha de S. Paulo.

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