Poluição gerada pela suinocultura

é discutida em SC

Começa a ser discutido, com as empresas exportadoras de carne suína e os produtores rurais da Região Oeste de Santa Catarina, a adequação das instalações dos chiqueiros às normas ambientais. Reunião neste sentido foi realizada, em Chapecó, com a participação da ministra Marina Silva, do MMA (Ministério do Meio Ambiente), representantes dos produtores, dos governos do Estado e dos municípios e técnicos da Embrapa (Empresa Brasileira de Produção Agropecuária).

Do encontro resultou a formação de grupo de trabalho que vai definir critérios e prazos para que os criadores se adaptem à legislação ambiental.

No último dia 18 a ministra esteve em Xavantina, considerado a capital do suíno. O município, com cerca de 4.500 habitantes, tem um plantel de mais de 20 mil suínos. A criação se espalha por cerca de 900 pequenos propriedades de administração familiar que, por falta de investimento e assessoria técnica, poluem o solo e os rios com os dejetos produzidos pelos porcos.

Segundo Elisandro Modesti, prefeito de Xavantina, a criação de porcos no município produz 1 milhão de litros de dejetos por dia. O despejo sem qualquer tratamento ou o uso sem controle como adubo contaminam o solo e o lençol freático. Isso leva à salinização da terra e ao aumento de doenças ligadas à má qualidade da água. Modesti, que também é médico, informa que o índice de casos de câncer na região está acima da média. Estuda-se a possibilidade da causa ser a contaminação do solo pelo nitrato de sódio, encontrado na urina do porco.

No encontro com produtores, a ministra disse que o problema ambiental pode levar ao agravamento do problema social, inviabilizando a produção por causa da contaminação do solo. Aos empresários, Marina Silva lembrou que, cada vez mais, os consumidores querem comprar produtos com qualidade ambiental e social.

O grupo de trabalho tem ainda como objetivo identificar as responsabilidades de cada um (produtores e empresários), sobre os danos ambientais causados por essa atividade rural.